Debate potencial e desafios para o setor no Brasil. Evento reuniu em Florianópolis especialistas, autoridades e líderes empresariais para apresentar perspectivas sobre o ramo no país e debater a potencialidade e os desafios do setor para o Brasil
Começou na manhã desta terça-feira (20), capital dos Catarinenses, Florianópolis, Ilha de Santa Catarina, o EXAME Fórum Turismo. Com o tema “O potencial do turismo brasileiro – como tornar o Brasil um destino mais competitivo no mercado mundial”, o evento reúne autoridades, especialistas e líderes empresariais para discutir os desafios e as perspectivas para o setor no país. O turismo é hoje uma das maiores tendências mundiais, que desde 2009 cresce em disparada. No ano passado, o ramo expandiu 7% e movimentou mais de 1,6 trilhão de dólares.
“O Turismo é um dos grandes vetores do desenvolvimento da economia e nós, de Santa Catarina, temos um potencial grande. Somos um estado vitorioso no Turismo, mas o que não conseguimos é estar no topo da agenda nacional. O Turismo ainda não conquistou este prestígio. É mais do que potencial, o setor dá retorno. No ano passado, medimos com a FGV mais de R$ 10 bilhões em entrada de divisas no estado durante a temporada de verão”, destacou. Para Lummertz, um dos maiores problemas para o desenvolvimento do Turismo no Brasil é justamente o estado, tanto na esfera municipal, estadual, como federal. Segundo ele, os governos colocam amarras ao crescimento do setor, por isso é difícil aproveitar todo o potencial do País, considerado o maior do mundo quando se fala em recursos naturais para o Turismo. “Buscamos solucionar os problemas, mas com muito sacrifício conseguimos o visto eletrônico, por exemplo. Agora, com o governo colocando esta prioridade e apoiando o empresariado, o Turismo pode pular na frente. Temos o maior potencial do mundo, mas o ambiente de negócios é tóxico”, concluiu.
O encontro começou com uma palestra que abordou o avanço do turismo no Brasil, com o atual ministro do Turismo, Vinícius Lummertz. Em seguida aconteceu a palestra e entrevista com Domenico De Masi, filósofo e autor do livro “O Ócio Criativo”.
Em seguida, houve um debate, mediado por EXAME, sobre como as empresas estão se preparando para as novas tendências do turismo global. Participam Marcos Swarowsky, Diretor de Gerenciamento de Mercado do Expedia Group para América e Rogério Siqueira, presidente do Beto Carrero World.
Tecnologia e comportamento do brasileiro são o futuro do turismo nacional
Aliar o comportamento dos turistas com o desenvolvimento tecnológico é uma das principais tendências que as empresas de turismo estão aproveitando no Brasil. Essa foi a conclusão do debate “Como as empresas estão se preparando para as novas tendências do turismo global”. Marcos Swarowsky, Diretor de Gerenciamento de Mercado do Expedia Group para América, e Rogério Siqueira, presidente do Beto Carrero World, mostraram que os negócios turísticos estão se dedicando em dar a melhor experiência ao viajante de forma simples, com pouca burocracia. “Nunca investimos tanto em marketing, programas de fidelidade e pesquisa de desenvolvimento na Expedia. Nós buscamos analisar o comportamento do comprador, para criar um produto mais próximo do brasileiro e com o objetivo de que isso seja cada vez mais fácil”, explica Swarowsky.
Segundo Siqueira, atualmente, há brasileiros que ainda não usam cartão de crédito e a acessibilidade para viajar de avião ainda é pequena. Por isso, existe uma necessidade de ampliar as rotas rodoviárias para viabilizar o turismo na América Latina. “As agências de turismo estão se reinventando no sentindo de promover viagens coletivas, que tenham mais participação dos clientes”, diz o presidente do Beto Carrero.No Brasil, a participação tecnológica é bastante avançada, onde a maior parte das viagens são compradas pela internet, principalmente no meio dos jovens. “As pessoas estão viajando cada vez mais, os jovens querem conhecer o mundo, nem que seja por um fim de semana”, afirma Swarowsky. Para os líderes empresariais, usar a tecnologia no turismo ainda está só no começo. Um dos problemas ainda é que ela ajuda no pré viagem, mas não no durante. “Se existem problemas durante a viagem, nós ainda não temos como ajudar. Mas para isso é preciso que o desenvolvimento tecnológico não pare de ser pesquisado”, diz Swarowsky.
Na sessão seguinte, três startups brasileiras mostram como suas ideias estão mudando o setor no Brasil. O bate-papo tem participação de Bruno Nissental, fundador da Oktoplus, empresa que vende bilhetes aéreos nacionais e internacionais através de milhas, Roberta Guimarães, fundadora da GoLocal, empresa que alia turismo convencional com experiências de voluntariado e Caio Martins, fundador e CEO do Instaviagem, plataforma que planeja viagens surpresas. O turismo no Brasil tem encontrado vazão de desenvolvimento econômico na atuação inovadora de startups nacionais criadas na área. Mundialmente, o fenômeno tem capacidade de movimentar mais de 5 bilhões de dólares, apenas neste ano. No EXAME Fórum Turismo, três empresas apresentaram como suas ideias estão captando o potencial do setor e fomentando a economia. Primeiro, Bruno Nissental, fundador da Oktoplus, mostrou a importância da tecnologia para aproveitar os pacotes de milhas e de pontos. Em seguida, Roberta Guimarães, fundadora da GoLocal, apresentou suas propostas para desenvolver a experiências de voluntariado em comunidades locais.
Outra palestra com Rafat Ali, presidente da Skift, empresa que fornece serviços de notícias, pesquisa e marketing para o setor de viagens, fez uma videoconferência sobre as megatendências do turismo global.
Para encerrar o evento, Tufi Michreff Neto, secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina apresentou as perspectivas e o impacto econômico do turismo no estado. Paralelo ao evento ainda houve reunião do Conselho Catarinense de Turismo, sobe a Presidência de Rogério Siqueira.
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