A indústria brasileira está cada vez mais digital: 69% das empresas do ramo já usam tecnologias da chamada indústria 4.0 —que englobam automação e troca de dados para integração das diferentes etapas da cadeia de valor. A quantidade é 20% maior do que a levantada em 2016, segundo a Sondagem Especial Indústria 4.0, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os dados reforçam o quanto os processos econômicos estão dinâmicos, evidenciando a importância do investimento em tecnologia. Nesse contexto, a conexão com startups pode ser um diferencial para as indústrias, como aponta Lincoln Rezende, responsável pelos relacionamentos na frente de transformação digital da ArcelorMittal, conglomerado industrial multinacional de empresas de aço. “Temos mais de 70 iniciativas com startups, além de outras ações de inovação que já geraram alguns milhões de dólares de ganhos para o nosso segmento”, explica.
A empresa, que desde 2012 vem investindo fortemente no âmbito da transformação digital, possui iniciativas como o programa de inovação aberta iNO.VC e o laboratório de inovação Açolab, além de ser uma das grandes apoiadoras do Join.Valle, movimento que fomenta o empreendedorismo e a inovação na região do norte catarinense, onde a ArcelorMittal possui uma unidade fabril.
Lincoln explica que parte das conexões com startups vem dessa atuação como corporate mantenedora da entidade, como acontece através das participações da Jornada de Empreendedorismo, Desenvolvimento e Inovação de Joinville (JEDI). A ArcelorMittal já esteve no evento tanto como mentora, quanto como integrante. Em 2021, por exemplo, uma equipe de oito colaboradores da empresa levou um desafio com foco em intraempreendedorismo para o programa.
“Entendemos que a inovação é algo que deve permear toda a organização, se enraizando na sua cultura. Com o JEDI, vimos essa transformação do modelo mental de todos que participaram, que retornaram para a empresa com uma visão empreendedora, com mais foco na busca de resultados e com o privilégio de poder aplicar tudo o que aprenderam de forma colaborativa na jornada”, reforça Lincoln Rezende.
Além da ArcelorMittal, não faltam exemplos de grandes indústrias que investem em inovação na região, como WEG e Tigre. Conhecida pelo apelido de ‘Manchester Catarinense’, numa referência ao centro urbano do Reino Unido, Joinville tem uma história fortemente marcada pelo desenvolvimento industrial. No entanto, desde a década de 1980, o surgimento de empresas de informática que ofereciam serviços para esse segmento fez com que a tecnologia começasse a ocupar seu espaço na cidade. Hoje, além de industrializada, ela é a nona cidade mais empreendedora do país, segundo o Índice de Cidades Empreendedoras 2022.
“O crescimento tecnológico de Joinville caminha em interação com a indústria, propiciando um desenvolvimento econômico sustentável, com geração de emprego e renda. É uma via de mão dupla, com as indústrias aprendendo a inovar e as startups tendo oportunidade de conhecer melhor o mercado, em uma cocriação contínua”, comenta Dionei Domingos, Diretor Presidente do Join.Valle.
Tecnologias trazem resultados palpáveis para indústrias de todo o Brasil
De acordo com a Sondagem Especial Indústria 4.0, quando perguntados sobre os benefícios que as empresas esperam conseguir com a adoção de tecnologias digitais, a maior parte dos empresários respondeu aumento da produtividade (72%). Na prática, as indústrias já estão vendo que isso é possível. Um exemplo é o da Danone Nutrícia, divisão de nutrição especializada da Danone no Brasil, que conseguiu reduzir em 80% o tempo necessário para a coleta de dados no ponto de venda com uma solução de Reconhecimento por Imagem.
Antes de adotar a ferramenta da Involves, plataforma catarinense de inteligência artificial que impulsiona os resultados do varejo e da indústria no ponto de venda, os promotores de venda da marca levavam, em média, 15 minutos anotando manualmente os principais indicadores. Agora, em apenas dois minutos os dados são coletados e já disponibilizados no sistema para a equipe interna com agilidade, precisão e num volume muito maior que na coleta manual.
Isso é possível porque a inteligência artificial da ferramenta faz uma “varredura” na imagem inserida no aplicativo pela equipe de campo e extrai dela dados quantitativos que são imediatamente disponibilizados no sistema para que a equipe interna tenha uma visão completa de como os shoppers enxergam o produto e o que está acontecendo no ponto de venda. O Product Manager da Involves, Gabriel Vieira, explica que “isso é fundamental para que a área de trade tenha as informações necessárias para entender se as estratégias de Loja Perfeita estão gerando os resultados esperados e corrigir possíveis pontos de melhoria”.
Simulação computacional
Considerada a solução que promoveu a digitalização da engenharia, a simulação computacional está cada vez mais consolidada nas macrotendências de mercado no Brasil e no mundo. Com potencial para prever diversos cenários em diferentes projetos, ela possibilita a otimização de processos, diminui gastos, aumenta a segurança e oportuniza tomadas de decisão mais acertadas para indústrias. Por ser uma tecnologia cross-industry — conceito que engloba a inovação sem barreiras entre setores de mercado — é utilizada em segmentos como óleo e gás, aeroespacial, automotivo, metal mecânico, geração de energia, turbomáquinas, processos químicos e mineração. Mas se engana quem pensa que ela só serve para empresas ultra high-tech. A Engineering Simulation and Scientific Software (ESSS), multinacional brasileira pioneira na área, vem realizando um trabalho de democratização da simulação computacional ao redor do globo.
Através da simulação computacional é possível criar equipamentos menores, mais eficientes e com um processo de desenvolvimento mais rápido. Por isso, a economia de recursos e sustentabilidade são resultados naturais do uso desta tecnologia e isso se aplica para todas as indústrias. É o caso, por exemplo, da ESSS Oil & Gas. Esse braço da companhia tem como objetivo fazer com que as empresas do setor de óleo e gás produzam com mais segurança e eficiência, diminuindo as possibilidades de vazamento. Dessa forma, pode-se gerar um consumo mais consciente dos recursos naturais, contribuindo para um desenvolvimento sustentável.
Presente em vários procedimentos de segurança, a simulação permite prever fenômenos físicos de forma eficiente. Isso faz com que o impacto vá muito além da operação industrial. “A eficiência que a simulação da engenharia traz, seja produtiva, energética ou de segurança, faz um componente, equipamento ou processo mais confiável e consequentemente mais seguro. Por isso, a simulação tem um papel muito importante na segurança do dia a dia, além da operação nas indústrias”, afirma Clovis Maliska Jr, CEO da ESSS.
Foto: Divulgação – Freepik
Grandes empresas, como ArcelorMittal e Danone, têm contado com apoio de startups e instituições de tecnologia de Santa Catarina para potencializar resultados
A indústria brasileira está cada vez mais digital: 69% das empresas do ramo já usam tecnologias da chamada indústria 4.0 —que englobam automação e troca de dados para integração das diferentes etapas da cadeia de valor. A quantidade é 20% maior do que a levantada em 2016, segundo a Sondagem Especial Indústria 4.0, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os dados reforçam o quanto os processos econômicos estão dinâmicos, evidenciando a importância do investimento em tecnologia. Nesse contexto, a conexão com startups pode ser um diferencial para as indústrias, como aponta Lincoln Rezende, responsável pelos relacionamentos na frente de transformação digital da ArcelorMittal, conglomerado industrial multinacional de empresas de aço. “Temos mais de 70 iniciativas com startups, além de outras ações de inovação que já geraram alguns milhões de dólares de ganhos para o nosso segmento”, explica.
A empresa, que desde 2012 vem investindo fortemente no âmbito da transformação digital, possui iniciativas como o programa de inovação aberta iNO.VC e o laboratório de inovação Açolab, além de ser uma das grandes apoiadoras do Join.Valle, movimento que fomenta o empreendedorismo e a inovação na região do norte catarinense, onde a ArcelorMittal possui uma unidade fabril.
Lincoln explica que parte das conexões com startups vem dessa atuação como corporate mantenedora da entidade, como acontece através das participações da Jornada de Empreendedorismo, Desenvolvimento e Inovação de Joinville (JEDI). A ArcelorMittal já esteve no evento tanto como mentora, quanto como integrante. Em 2021, por exemplo, uma equipe de oito colaboradores da empresa levou um desafio com foco em intraempreendedorismo para o programa.
“Entendemos que a inovação é algo que deve permear toda a organização, se enraizando na sua cultura. Com o JEDI, vimos essa transformação do modelo mental de todos que participaram, que retornaram para a empresa com uma visão empreendedora, com mais foco na busca de resultados e com o privilégio de poder aplicar tudo o que aprenderam de forma colaborativa na jornada”, reforça Lincoln Rezende.
Além da ArcelorMittal, não faltam exemplos de grandes indústrias que investem em inovação na região, como WEG e Tigre. Conhecida pelo apelido de ‘Manchester Catarinense’, numa referência ao centro urbano do Reino Unido, Joinville tem uma história fortemente marcada pelo desenvolvimento industrial. No entanto, desde a década de 1980, o surgimento de empresas de informática que ofereciam serviços para esse segmento fez com que a tecnologia começasse a ocupar seu espaço na cidade. Hoje, além de industrializada, ela é a nona cidade mais empreendedora do país, segundo o Índice de Cidades Empreendedoras 2022.
“O crescimento tecnológico de Joinville caminha em interação com a indústria, propiciando um desenvolvimento econômico sustentável, com geração de emprego e renda. É uma via de mão dupla, com as indústrias aprendendo a inovar e as startups tendo oportunidade de conhecer melhor o mercado, em uma cocriação contínua”, comenta Dionei Domingos, Diretor Presidente do Join.Valle.
Tecnologias trazem resultados palpáveis para indústrias de todo o Brasil
De acordo com a Sondagem Especial Indústria 4.0, quando perguntados sobre os benefícios que as empresas esperam conseguir com a adoção de tecnologias digitais, a maior parte dos empresários respondeu aumento da produtividade (72%). Na prática, as indústrias já estão vendo que isso é possível. Um exemplo é o da Danone Nutrícia, divisão de nutrição especializada da Danone no Brasil, que conseguiu reduzir em 80% o tempo necessário para a coleta de dados no ponto de venda com uma solução de Reconhecimento por Imagem.
Antes de adotar a ferramenta da Involves, plataforma catarinense de inteligência artificial que impulsiona os resultados do varejo e da indústria no ponto de venda, os promotores de venda da marca levavam, em média, 15 minutos anotando manualmente os principais indicadores. Agora, em apenas dois minutos os dados são coletados e já disponibilizados no sistema para a equipe interna com agilidade, precisão e num volume muito maior que na coleta manual.
Isso é possível porque a inteligência artificial da ferramenta faz uma “varredura” na imagem inserida no aplicativo pela equipe de campo e extrai dela dados quantitativos que são imediatamente disponibilizados no sistema para que a equipe interna tenha uma visão completa de como os shoppers enxergam o produto e o que está acontecendo no ponto de venda. O Product Manager da Involves, Gabriel Vieira, explica que “isso é fundamental para que a área de trade tenha as informações necessárias para entender se as estratégias de Loja Perfeita estão gerando os resultados esperados e corrigir possíveis pontos de melhoria”.
Simulação computacional
Considerada a solução que promoveu a digitalização da engenharia, a simulação computacional está cada vez mais consolidada nas macrotendências de mercado no Brasil e no mundo. Com potencial para prever diversos cenários em diferentes projetos, ela possibilita a otimização de processos, diminui gastos, aumenta a segurança e oportuniza tomadas de decisão mais acertadas para indústrias. Por ser uma tecnologia cross-industry — conceito que engloba a inovação sem barreiras entre setores de mercado — é utilizada em segmentos como óleo e gás, aeroespacial, automotivo, metal mecânico, geração de energia, turbomáquinas, processos químicos e mineração. Mas se engana quem pensa que ela só serve para empresas ultra high-tech. A Engineering Simulation and Scientific Software (ESSS), multinacional brasileira pioneira na área, vem realizando um trabalho de democratização da simulação computacional ao redor do globo.
Através da simulação computacional é possível criar equipamentos menores, mais eficientes e com um processo de desenvolvimento mais rápido. Por isso, a economia de recursos e sustentabilidade são resultados naturais do uso desta tecnologia e isso se aplica para todas as indústrias. É o caso, por exemplo, da ESSS Oil & Gas. Esse braço da companhia tem como objetivo fazer com que as empresas do setor de óleo e gás produzam com mais segurança e eficiência, diminuindo as possibilidades de vazamento. Dessa forma, pode-se gerar um consumo mais consciente dos recursos naturais, contribuindo para um desenvolvimento sustentável.
Presente em vários procedimentos de segurança, a simulação permite prever fenômenos físicos de forma eficiente. Isso faz com que o impacto vá muito além da operação industrial. “A eficiência que a simulação da engenharia traz, seja produtiva, energética ou de segurança, faz um componente, equipamento ou processo mais confiável e consequentemente mais seguro. Por isso, a simulação tem um papel muito importante na segurança do dia a dia, além da operação nas indústrias”, afirma Clovis Maliska Jr, CEO da ESSS.
Foto: Divulgação – Freepik