Já vínhamos caminhando por estradas meio desertas quando nos referimos a convivência e em estarmos juntos, isso agravou ainda mais durante e depois da pandemia. Estamos vivendo tempos em que os vazios emocionais se fazem cada vez mais presentes e profundos.
Em meio a tantas conexões digitais, informações rápidas e rotinas aceleradas, há um grito sendo segurado, não podendo ser verbalizado: o da carência afetiva. Lágrimas são proibidas de serem choradas, bem estar é o que apenas parece ser aceito pelas “redes sociais”.
É nesse cenário que histórias sobre adultos cuidando de bebês reborn como se fossem reais chamam a atenção de todos nós. Bonecos realistas que ganham nomes, enxovais, berços, certidões de nascimento e até festa de aniversário. O que será que está acontecendo?
Em vez de julgamentos apressados, talvez o mais certo seja olhar com mais empatia para o que está por trás desse comportamento.
Esses bonecos não são apenas objetos. Eles podem ser expressão de algo muito mais profundo: o desejo e a necessidade de cuidado, de companhia, de preencher ausências, sejam físicas ou emocionais. São como espelhos que revelam o quanto nós seres humanos têm necessidade de vínculo, de toque, de pertencimento, de atenção e de amor.
O bebê reborn pode representar uma perda não superada, um filho que não veio, uma solidão que machuca ou até mesmo uma tentativa inconsciente de resgatar um tempo que ficou para trás. Não se trata, necessariamente, de ilusão ou fantasia. Mas de uma busca por consolo.
Essa realidade nos convida a olhar com mais compaixão para o outro. A enxergar a dor que cada um carrega. A nos questionarmos sobre quantas pessoas ao nosso redor estão vivendo a falta de afeto, de escuta, de toque, de presença.
Se há algo que os bebês reborn nos revelam, é o quanto o mundo anda carente, e o quanto a empatia e o amor ao próximo pode ser uma ponte entre o julgamento e o acolhimento.
Que tal refletirmos sobre isso?
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Artigo Lívia Salgado