Capacitação contou com a participação de servidores municipais efetivos que poderão atuar nos Círculos de Construção de Paz no Município.
A Prefeitura de São José, por meio da Secretaria Municipal de Segurança, Defesa Social e Trânsito e parceria com a Escola Superior em Magistratura (Ajuris), promoveu o Curso “Facilitador em Círculos de Justiça Restaurativa e Construção de Paz não Conflitivos”. A iniciativa tem como objetivo a capacitação de servidores efetivos do Município que poderão atuar nos Círculos de Construção de Paz que serão desenvolvidos por meio do Programa de Justiça e Práticas Restaurativas em São José.
A capacitação foi iniciada na noite desta segunda-feira (17), no auditório do Colégio Municipal Maria Luiza de Melo, no bairro Kobrasol, com a participação de 25 servidores, e seguiu até esta quarta-feira (19). Durante o encerramento, a secretária de Segurança, Andréa Pacheco, destacou que o desenvolvimento deste trabalho representa um passo importante para iniciar a implantação de políticas públicas voltadas às praticas restaurativas de prevenção à violência e cultura de paz nos mais diversos segmentos da sociedade em São José.
“A ideia é que as pessoas se juntem e unam esforços para pensar sobre problemas. E assim, trabalha-se com uma coesão maior e desenvolve-se a cultura de paz, não no sentido de não haver conflitos, mas de lidar melhor com eles, com perspectivas e condutas diferentes, tanto na prevenção, quanto na resolução”, explicou a facilitadora da Ajuris, Rafaela Duso.
Participam da capacitação servidores efetivos das secretarias de Educação, Assistência Social, Saúde, Segurança e Fundação Municipal Educacional de São José. Para a coordenadora de Educação Infantil da Secretaria de Educação, Márcia Pigazzo, a experiência foi enriquecedora. “Com as práticas utilizadas durante o curso, aprendemos a não direcionar o foco para o fato em si, mas nos ater às experiências de vida do outro para entender o que o levou a cometer tal atitude. O curso mostra, o tempo todo em suas dinâmicas, que ter esse olhar mais humanizado e uma conversa pacífica, valorizando o outro, faz toda a diferença para uma relação mais saudável e empática”, apontou Márcia.
Já para a coordenadora do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) Areias, Jéssica Miolla Soares, o curso foi a apresentação de uma nova ferramenta metodológica de intervenção grupal que permitiu pensar nas possibilidades de atuações dentro do seu contexto profissional. “Pretendemos continuar a desenvolver e amadurecer as bases metodológicas aprendidas nesses dias e aplicá-las em nosso cotidiano, além do ambiente de trabalho”, assinala Jéssica.
O tema também foi debatido com os secretários municipais em um workshop promovido no auditório da Prefeitura, com a presença da prefeita Adeliana Dal Pont. “Desde o início do nosso governo, a gente tem trabalhado para melhorar a situação do município e este processo está em constante aprimoramento, porque é sempre necessário avançar. Esta iniciativa faz parte deste contexto, por isso secretária Andréa já está finalizando o projeto de lei para encaminharmos à Câmara Municipal e tornar o Programa de Justiça e Práticas Restaurativas uma política de governo”, relatou a prefeita.
“Dentro da Assistência Social, as duas práticas serão aplicadas principalmente em ações de prevenção nas comunidades, pois quando trabalhamos com o serviço de fortalecimento de vínculos, precisamos olhar a dimensão da vítima e do agressor e garantir que essa família possa seguir o seu fluxo apesar de reconhecer as suas dificuldades”, comentou a secretária adjunta de Assistência Social, Simone Machado. A secretária lembra ainda que o conceito da Justiça Restaurativa vem se somar ao trabalho que o Serviço Único de Saúde já faz para atender as famílias e todas as violações de direitos que são percebidos nos atendimentos.
No mês de julho o processo de capacitação dos servidores terá sequência com o professor Marcelo Pelizzoli, que ministrará a palestra: “Bases e Método da Comunicação Não Violenta para uma Cultura de Paz”, nos dias 3, 4 e 5.
Justiça Restaurativa
A Justiça Restaurativa baseia-se, principalmente, na solução de conflitos por meio do diálogo. Em funcionamento há praticamente 10 anos no Brasil, o projeto tem como objetivo formar facilitadores capacitados a atuar nos círculos de construção de paz, por meio do reconhecimento de responsabilidades por parte de infrator, vítima e comunidade.
É uma proposta que busca o atendimento das necessidades da vítima, ao mesmo tempo em que o agressor é convocado para participar do processo de reparação do dano. O trabalho visa um processo produtivo e de reintegração à sociedade, em lugar da simples pena punitiva.
Fotos Secom/PMSJ